O peso das coisas!
Vivemos
no tempo do TER, ao invés de crescermos na ânsia de SER. Não sei em que momento
da nossa evolução enquanto seres humanos deixámos de dar valor às pequenas
coisas do(s) nosso(s) dia(s)... aos gestos simples que trocamos com aqueles que
nos importam; ao olhar cúmplice de quem nos conhece muito além de qualquer
grito; ao silêncio habitado de uma partilha desinteressada; à liberdade que
cada início de dia nos traz, e que nos impulsiona a começar de novo (sempre); à
sensação de caminhar descalça na areia molhada, e a sentir a brisa molhada
junto ao mar; ao riso simples de uma amizade desinteressada; à espontaneidade
de uma criança que ainda não aprendeu a filtrar a palavra que usa; à relação
efetiva com os que nos rodeiam... No fundo, a privilegiar a simplicidade que
vai assaltando o nosso dia, e que fica esquecida no meio de tanto tumulto...
Deixemos
de dar tanto valor ao que nos impulsiona para baixo, e valorizemos as pequenas
coisas - são elas que ficam guardadas na nossa memória mais profunda. Como diz
alguém que conheço e que já tenho saudades de ouvir na primeira pessoa: tiremos
fotografias com o coração! Olhemos para a vida como uma mão cheia de
possibilidades.
Deixemo-nos
de tretas, ouçamo-nos uns aos outros, e a nossa existência terá menos razões
para ser tão cheia de cenas, e tão vazia de vida!
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