A propósito das unhas dos pés!


É sabido que, nos meses que antecedem o verão, multiplica-se a procura de estratagemas para disfarçar toda uma série de “maus” hábitos que, com a desculpa do frio, das petiscadas com os amigos, das festividades e, basicamente, da preguiça, deixámos acomodar na rotina dos dias. A proximidade do sol traz-nos, subitamente, uma consciência que teima em despertar mais ou menos no início da primavera. Por muito que custe, há que assumir que estamos bastante mais expostos quando a soalheira aperta, e nada parece fazer-nos sentir confortáveis na nossa pele (sem contar, claro, com as expetativas que vamos deixando crescer em relação à forma física na qual gostaríamos de estar…), e o risco de ir atrás de tendências vãs é grande…
Tenho o hábito de cuidar todo o ano. De mim, e dos “meus”! E, no verão, as rotinas de cuidado pessoal não sofrem grandes alterações, além do aumento do volume de banhos e da utilização de protetor solar/creme hidratante pelas razões óbvias… Ainda assim, é curioso perceber que há procedimentos que parecem (quase) inevitáveis de adotar e, quando isso não acontece, é capaz de se notar... Tudo isto para dizer que, este verão, um grande amigo, olhando para os meus pés me perguntou genuinamente: “Porque é que não pintas as unhas dos pés?”. A resposta que lhe dei naquele dia poderia ter sido mais elaborada, mas a única coisa que se me ocorreu dizer foi: “porque não me apetece!”, enquanto me ria com a sua curiosidade na falta de cor das minhas unhas (dos pés e das mãos, entenda-se). Para que não haja desconfianças, sou uma pessoa atenta a modelos de estilo irrepreensíveis, e apreciadora absoluta de uma manicura/pedicure (com cor incluída) magníficas, mas… nas outras pessoas! Já tentei, juro! E em ocasiões especiais faço questão de o fazer, embora com clara consciência que “chapa” gasta é “chapa” desperdiçada pois, no dia a seguir, as unhas voltam a estar lindas, mas acromáticas! Admiro (e sigo) “trenders” notáveis, nas quais reconheço modelos de mulher que não são, necessariamente, excessivas nas suas escolhas (antes pelo contrário). Nos seus exemplos de vida vejo verdadeiras forças da natureza nas quais me inspiro, mas apenas numa quota-parte… aquela que se encaixa em mim, e não no que todos os outros julgam que eu deveria seguir. E assim me descubro, e assim me sinto bem na minha pele, sem esforços! E acho que nunca será de outra forma, com ou sem cor nas unhas dos pés!


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