NORMALIAÇÃO DA ALEGRIA
A tristeza não me assiste! Pelo menos, não aquela cujo conceito encontramos quando pesquisamos no dicionário… aquela que nos limita, que nos deixa sem rumo, que nos tira o sorriso da alma… aquela que nos cansa o pensamento mais do que o corpo. Que nos impede de sonhar, de querer (sempre) mais… aquela que pesa o coração, que nos tolda as decisões e que nos deixa sem chão mais do que sem vontade!
A
tristeza é um assunto interdito, proibitivo… não vá “ele” ser pegadiço! Não vá meio
mundo achar que estamos enfiados no poço até ao pescoço. Não vá considerar-se
que precisamos ser salvos ainda antes do naufrágio… não vá a aldeia toda
organizar um arraial popular com direito a “pimbalhada”, quando a única
coisa que precisamos é estar um pouco no nosso canto, dar espaço aos nossos
silêncios, usufruir das “nossas praias” e encaixar as peças que não controlamos!
E está tudo bem!
A
tristeza é confundida… com a quietude, com o silêncio, com a contemplação, com
a necessidade de espaço pessoal, com o espanto tranquilo pelo que é
extraordinário, com a vivência serena das emoções, pela aceitação do que não se
pode mudar…!
A
tristeza não me assiste… mas, se (e quando) ela vier, acolho-a, mimo-a, falo
sobre ela (mas não pelas costas), aprendo o que tiver que aprender e deixo-a
seguir o seu caminho. Empurrá-la-ei com a barriga e deixarei a alegria derrubar-me
de tanto rir de mim, dos (e com os) outros, da vida!
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