OLHAR

Talvez por deformação, tenho dificuldades em aceitar elogios. Fico embaraçada! Não porque não saibam bem, mas porque fui educada no sentido de dar o meu melhor em tudo (e com todos), sentindo, por isso, que estou tão simplesmente a ser eu não esperando qualquer tipo de reconhecimento…

O facto é que, com o avançar da (minha) vida, tenho tentado acolher e aceitar que a minha forma de estar… uma maneira tão minha, tão cheia de assunção de fragilidades, mas também de uma vontade que teima em não ceder, pode deixar tanto nas pessoas por quem passo, como elas próprias deixam em mim… simples e descomprometidamente!

Há uns dias, na sequência de uma conversa sobre “varandas” e o deleite que algumas nos provocam, foi-me dito algo que soou a conforto, quase como se fosse óbvio que preciso de absorver o que me rodeia, fazer-me parte dos sítios, das experiências e das pessoas… realmente olhar, e não apenas ver!

Só assim me faz sentido, e assumo-o de frente, sem hesitações ou constrangimentos.



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