LADO A LADO


O meu pai era um homem imponente. No caráter, e na imagem! Quando miúda, adorava andar pela rua de mão dada com ele… sentia-me a pessoa mais importante do mundo!

Há pouco vi, ao longe, um pai e uma filha de mão dada, e sorri! Ao aproximar-me, percebi que era a menina que trazia o pai pela mão, e não o contrário… o aspeto frágil e desalentado do senhor (que outrora deve ter sido um homem imponente) evidenciava uma qualquer doença em estado (muito) avançado. Quando nos cruzámos, sorrimos… a menina, o pai e eu!

Parei, fechei os olhos, e, interiormente, desejei com todas as minhas forças que aquela menina de olhos ternos e cabelo aos caracóis consiga guardar, para sempre, a sensação de fazer caminho. Lado a lado!

Somos instantes. Usemo-los sem desculpas!



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